Sem nome para estar de fato competindo, os adversários do Governo sonham com a candidatura do senador
O
vice-governador Domingos Filho (PROS), um dos pretensos candidatos à
sucessão estadual, substituirá o governador Cid Gomes (PROS), a partir
desta semana, por um período aproximado de 10 dias, o suficiente para
motivar uma série de especulações, além das muitas já existentes, sobre a
disputa estadual de outubro vindouro.
Domingos
Filho, no exercício do Governo, ganha mais visibilidade, nos próximos
dias, para alargar espaços como pretenso candidato.
Se não bastasse a ebulição própria do ano
eleitoral, o silêncio absoluto mantido por Cid quanto à escolha do nome a
ter o seu aval para sucedê-lo, corrobora com a onda de especulações, e a
inquietação dos correligionários e aliados, incluindo os petistas,
pretendentes ou não ao principal cargo a ser disputado, somado ao sonho
de uns poucos em uma dissidência do senador Eunício Oliveira (PMDB).
Domingos
terá, na substituição do governador, mais um bom momento de exposição a
favorecê-lo na corrida interna para a concretização do seu ideal de
disputar o Governo do Ceará. Mas será, esse momento, o que muito lhe
exigirá da sua reconhecida habilidade política.
O vice, na curta
interinidade, diferentemente dos outros momentos na chefia do Executivo
cearense, vai ter todas as suas ações avaliadas, minuciosamente, não
apenas pelo governador, mas, sobretudo e especialmente pelos seus
concorrentes dentro do grupo governista.
Competitivo
A
inexpressividade da oposição no Ceará gerou esta realidade: só na base
aliada governista, mesmo timidamente, no ano da eleição, há movimento de
pessoas com vistas à sucessão governamental. Algumas poucas
sinalizações, fora desse eixo, se mostraram inconsistentes em todos os
aspectos que se queira analisar. Só com Eunício Oliveira, integrante da
base aliada ao Governo Cid, é com quem espera contar a oposição para ter
um nome competitivo em quem votar.
Em outra oportunidade aqui já
nos reportamos sobre a disposição do senador peemedebista em disputar o
Governo. A mobilização feita por ele dentro do seu partido e as
incursões no cenário nacional para obter o compromisso de apoio do PT,
passam a ideia de irreversibilidade da disposição de concorrer.
A
oposição aposta nesse quadro, pois, assim como Domingos Filho, José
Albuquerque e Mauro Filho, todos do PROS, não acreditam que Cid apoie um
nome fora da sua sigla. Assim sendo, não restaria a Eunício outro
caminho senão o de disputar com apoio do PSDB e PR, principalmente
estes, mesmo que para a concretização dessa solução existam as
dificuldades do campo nacional.