sábado, 27 de maio de 2017

Cid admite disputar o Senado e diz que Camilo é candidato a reeleição


O ex-governador do Ceará e ex-ministro Cid Gomes (PDT) disse, neste sábado (27), em Itarema, no Noroeste do Estado, a 204 quilômetros de Fortaleza, que deverá disputar o Senado nas eleições do próximo ano. Segundo Cid Gomes, o Congresso Nacional precisa de políticos honestos e que trabalhem em nome da população.

Cid comandou encontro regional do PDT, o quarto que o partido realizou neste ano. Durante o encontro, o ex-governador reafirmou que irá processar o empresário Wesley Batista, da JBS, após o diretor da empresa ter declarado à Justiça que doou dinheiro ao então governador do Ceará para a campanha de Camilo Santana (PT) nas eleições de 2014 em troca de R$ 111 milhões de créditos fiscais.

Ainda sobre as eleições do próximo ano, Cid Gomes reiterou que Camilo Santana (PT) é o nome que o PDT apoiará para a reeleição, dentro da coligação PT/PDT no Estado. Ciro Gomes é o nome para a presidência da República, lembrou o ex-governador.

O deputado federal André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará, chegou a ter nome lembrado por Cid para disputar a segunda vaga da coligação para o Senado. O ex-governador declarou que o partido precisa ocupar mais espaços na política nacional.

Além de Cid Gomes e André Figueiredo, o evento contou ainda com as presenças do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Zezinho Albuquerque;Sergio Aguiar do secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará, Josbertini Clementino; do prefeito de Itarema, Elizeu Monteiro; de parlamentares e de outras lideranças políticas da região.


VEREADOR IRMÃO AIRTON FALA NA SESSÃO DO ACONTECIDO NO HOSPITAL DE BARROQUINHA.


Camilo defende Tasso e contraria PT do Ceará


Nome do senador tucano Tasso Jereissati tem crescido na bolsa de apostas do Congresso caso o presidente Michel Temer renuncie ou seja na cassado no TSE EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

Marcando mais uma troca de “afagos” entre Camilo Santana (PT) e o senador Tasso Jereissati (PSDB), o governador defendeu indicação do tucano no caso da queda de Michel Temer com eleições indiretas para presidente.
Defensor da tese de eleições diretas e até de boicote no caso de uma escolha via Congresso, o PT do Ceará diverge do governador, mas evitou comentar as declarações.

“Se houver uma eleição indireta, entre os nomes que existem no Congresso, o Tasso hoje é um dos mais respeitados e para o Ceará será muito bom”, disse o petista ao “Blog do Eliomar”, do O POVO. Não é a primeira troca de elogios entre ambos: em janeiro, o senador elogiou chegou a dizer que Camilo teria “jeitão de tucano”.
Questionado se ele se consideraria um “petista tassista”, Camilo desconversou: “Sou um governador que defende o Estado do Ceará. Quanto mais a gente estende essas disputas políticas, nesse momento, se agrava o problema no País e quem perde com isso é a população. É o desemprego. É a possibilidade da volta da inflação. É a falta do crescimento do País”.

Desde o início desta semana, cresceram especulações em torno do nome de Tasso em caso de eleição indireta. Nos últimos dias, o senador, hoje presidente interino do PSDB, tem viajado pelo País para ouvir caciques do partido e decidir sobre possível saída de tucanos do governo Temer.

Os encontros tratam de articulações entre lideranças da base aliada para um possível cenário “pós-Temer”. Além de Tasso, nomes como Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são cotados.

Indicação de Tasso ainda obteve apoio de dentro da gestão Roberto Cláudio (PDT). Secretário do Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira (PPS) lançou nota defendendo o tucano e o senador Cristovam Buarque (PPS) como vice. “Tasso e Cristovam são dois homens públicos honrados, sem máculas e comprometidos com a democracia”, disse.

PT do Ceará

Declaração de Camilo abre também novo constrangimento entre posições do governador e do PT no Ceará. Presidente do partido no Estado, Francisco de Assis Diniz evitou repercutir fala do governador, mas destacou que ela vai de encontro ao que a sigla defende. “Ele não está falando em nome do partido, nós defendemos que não há legitimidade no Congresso para definir o presidente”, diz.
Ex-secretário da Cultura do Estado e próximo de Luizianne Lins no partido, o vereador Guilherme Sampaio afirma que postura de Camilo “não gera nenhum problema novo”. “Não é a primeira opinião divergente do governador com o partido (...). Eu, como militante, teria a expectativa de que ele fosse muito enfático na defesa de eleições diretas, ele perdeu essa oportunidade”, criticou.

Voz mais afastada do governador na gestão, a deputada Luizianne Lins é defensora da tese de eleições diretas. Em nota, a ex-prefeita associa escolha indireta com a “elite” e diz que a medida focaria na aprovação das reformas trabalhista e da Previdência.

“Os que defendem eleições indiretas querem, na verdade, interditar esse debate”, afirma.


CARLOS MAZZA