Acontece, hoje, em Fortaleza, reunião em prol da recriação do Partido Liberal (PL), encabeçada pelo presidente da Federação Brasileira de Hospitais, Aramicy Pinto, irmão do presidente estadual do PSD, Almicyr Pinto. O processo de recriação não é novo, mas tomou fôlego após o ministro das Cidades e presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, assumir a dianteira das articulações. Isolado no Pros, o ex-governador do Ceará e ministro da Educação, Cid Gomes, é cotado para ser nome de peso na sigla. Seria o sexto partido do ex-governador ao longo de sua carreira política.
O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) já registra o PL como um dos partidos em busca de aprovação. Segundo Aramicy,Kassab pode vir ao Ceará tratar do PL na próxima semana.
Pinto afirma que a ligação de nomes políticos, como o de Cid, ainda são “especulações”, mas não nega a expectativa de tê-lo como correligionário. Ele ressalta que a convivência de Cid com o grupo que forma o PSD no Estado é antiga. “É um relacionamento político que já vem há mais de duas décadas”, frisa.
O ex-governador cearense ocupa, atualmente, uma das mais importantes pastas do Governo Federal, a da Educação. Juntamente com Kassab, Cid atua nos bastidores para reduzir a dependência do governo em relação ao PMDB no Congresso Nacional e já manifestou à presidente Dilma Rousseff (PT) o interesse em formar um bloco para neutralizar o partido do vice-presidente Michel Temer.
“Se Cid se dispuser a ir para o PL será um nascimento muito bom para o partido, mas é um político de nível nacional. Vai ser uma discussão com Kassab. Foge à gente”, pontuou Almicyr, presidente estadual do PSD.
No Ceará, não é apenas o destino de Cid que está em jogo. A mudança pode alterar as estratégias do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), do presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (Pros), da vice-governadora Izolda Cela (Pros), dentre outros.O desentendimento de Cid com a direção nacional do Pros começou menos de um ano após ele migrar para a sigla. Em 2014, a cúpula rejeitou a indicação feita pelo então governador para o comando do Ministério da Integração Nacional. Sobre a indicação de Cid para Educação, a Executiva Nacional do Pros divulgou nota, afirmando que a escolha foi “pessoal” de Dilma Rousseff (PT).
Aliado de Kassab, Cid ainda não se manifestou sobre a mudança. O PL deve ter o pedido de formalização protocolado até março. Para ter candidatos nas eleições municipais de 2016, o partido deve estar registrado até outubro de 2015, conforme a Justiça Eleitoral.
O PL existiu até 2006, quando se fundiu como Prona e se tornou o PR. Quando a nova versão da sigla cumprir as etapas exigidas judicialmente, se tornará uma nova “janela de infidelidade partidária”, como foi o Pros e o PSD de Kassab.
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