O
ex-governador Cid Gomes (PDT) admitiu a possibilidade de aliança com o
adversário Eunício Oliveira (PMDB), presidente do Senado, nas eleições de 2018.
Segundo ele, tudo dependerá da “decisão” do governador Camilo Santana (PT).
“Quem decide é ele (Camilo), e o que ele decidir estou para ajudar. Eu não sou
de ficar criando dificuldades”, disse em encontro regional do PDT em Ipueiras
no último sábado, 16.
Cid
não confirmou, porém, a reaproximação. De acordo com ele, Camilo e Roberto
Cláudio (PDT), prefeito de Fortaleza, teriam procurado Eunício para conversar
sobre “viabilizar financiamentos” e que, nesse encontro, “pode ter havido
alguma sondagem de parte a parte e isso está em processo”.
O
grupo dos Ferreira Gomes já esteve no mesmo palanque de Eunício, mas rompeu em
2014, às vésperas da eleição para o Governo do Estado. De lá para cá, trocas de
ataques foram frequentes, sobretudo entre o senador e o ex-ministro Ciro Gomes
(PDT).
Durante
este tempo, também foram sucessivas as críticas de Eunício ao governo de
Camilo. Já em 2017, o peemedebista se colocou como candidato de oposição ao
cargo em 2018 várias vezes, em encontros do partido. No último mês, porém,
evitou falar sobre o assunto e não negou negociações com os ex-aliados,
afirmando que só falará de eleições no próximo ano. Camilo adotou mesma
postura, afirmando que agora é tempo de “governar o Ceará”.
No
discurso, Cid minimizou críticas à possível reconciliação. “Apoio a gente sabe
que a gente tem que receber de todo o mundo, isso não quer dizer que a gente
vai se comprometer ou sair daquilo que é a nossa linha, nosso projeto, nosso
pensamento. Mas se uma pessoa quer apoiar a gente, por que faz sentido você
recusar apoio?”, disse.
Se
for dar carona a um mau elemento, o mau elemento vai querer roubar o seu
caminhão e vai jogar todo o seu pessoal do lado de fora”
André
contra aliança
No
mesmo evento, o presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo,
rechaça a aliança com o senador Eunício Oliveira. Em discurso, ele diz que o
PDT poderá se coligar com o DEM, na figura do vice-prefeito de Fortaleza Moroni
Torgan, “mas coligar com o Eunício, meu Deus do céu!”. Resistência de André se
deve também à disputa ao Senado, porque seu nome foi indicado pelo partido para
concorrer a uma das vagas.
Comparando
a aliança com um caminhão, André Figueiredo disse que “na carroceria de um
caminhão cabe todo mundo, mas na boleia só vai quem a gente confia”. E
continuou a metáfora: “Teve gente que já estava na boleia desse caminhão junto
com o Cid e na primeira oportunidade quis tirar o nosso pessoal dessa boleia e
tomar o comando do nosso caminhão. (…) Se for dar carona a um mau elemento, o
mau elemento vai querer roubar o seu caminhão e vai jogar todo o seu pessoal do
lado de fora”.
(O
POVO – Repórter Letícia Alves)
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