O juiz Sérgio Moro aceitou o
convite para assumir a superpasta da Justiça no futuro governo de Jair
Bolsonaro (PSL).
O juiz divulgou nota oficial:
"Fui convidado pelo Sr.
presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública
na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para
a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar
22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte
agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei
e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa
consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar
riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em
Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar
controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências.
Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.
Curitiba, 1 de novembro de 2018.
Sergio Fernando Moro"
Moro e Bolsonaro se reuniram na
manhã desta quinta-feira, 1º, no Rio de Janeiro. Na saída, o juiz estava acompanhado
de Paulo Guedes, guru econômico do próximo presidente e futuro ministro da
Economia.
O ministério de Moro prevê pasta
mais abrangente, incluindo a área de Segurança Pública - que tem sob seu
comando a Polícia Federal -, mais a Secretaria da Transparência e Combate à
Corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf).
O encontro ocorre três dias
depois de Bolsonaro afirmar que pretende convidar o magistrado para assumir o
ministério da Justiça. Moro é juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba,
responsável pela primeira instância da operação Lava Jato, que condenou o
ex-presidente Lula (PT).
Ministérios
Além da Justiça, algumas outras
pastas serão fundidas, como a Economia, a ser comandada por Paulo Guedes. Ainda
há definições a serem feitas, mas as junções de pastas será a tônica da reforma
administrativa tocada pela equipe de Bolsonaro. A redução da estrutura do
primeiro escalão foi uma promessa de campanha do presidente eleito.
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