O Jornal Nacional, da Rede Globo
de Televisão, mostrou o vídeo em que o empresário Wesley Batista afirmou em
delação premiada que o ex-governador do Ceará e ex-ministro Cid Gomes cobrou e
recebeu R$ 20 milhões em propina para bancar a campanha do atual governador do
Ceará, Camilo Santana, em 2014.
De acordo com o site G1, na
delação, Batista diz que “nunca esteve” com Camilo Santana e que repassou o
dinheiro à campanha por meio do secretário de Estado Arialdo Pinho e o então
deputado federal Antônio Balhmann.
Ainda conforme a delação, o valor
foi repassado e, como recompensa, o Estado do Ceará pagaria à JBS R$ 110
milhões que o estado devia à empresa em crédito de Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Questionado sobre a delação,
Camilo Santana alegou que as doações que recebeu na campanha foram legais e
declaradas. “As informações que tenho são de que foram feitas de forma
absolutamente corretas e dentro da lei. Tanto que todas as contas foram
devidamente aprovadas pelo TRE”, disse o governador Camilo Santana.
Em nota, Cid Gomes afirma que
repudia referências em delação que atribuem a ele o recebimento de dinheiro.
“Nunca recebi um centavo da JBS. Todo o meu patrimônio, depois de 34 anos
trabalhando, é de 782 mil reais (IRPF2016), tendo sido duas vezes deputado, duas
vezes prefeito e duas vezes governador”, afirmou.
Dívida do estado com a empresa
Na deleção, o empresário detalha
como foi feita a negociação com o então governador Cid Gomes. “Nós tínhamos R$
110 milhões acumulados que o Governo do Estado não pagava. O governador Cid
Gomes esteve no nosso escritório, comigo e com o Joesley, falou com a gente e
pediu uma doação em São Paulo. Nós perguntamos quanto ele esperava de doação.
Ele disse que esperava R$ 20 milhões. Eu disse ‘governador, impossível eu
contribuir com R$ 20 milhões enquanto o Estado me deve R$ 110 milhões e não me
paga’. Ele não falou nada e saiu, falou ‘tá bom, deixa eu ver o que posso fazer
sobre esse assunto’.”
Ainda conforme o delator, duas
semanas depois o secretário Arialdo Pinho e o então deputado Antônio Balhmann
procuraram os irmãos Batista, em nome de Cid Gomes, para cobrar a doação de R$
20 milhões, ameaçando não pagar os R$ 110 milhões que o estado supostamente
devia ao grupo empresarial.
“Me procurou o deputado Balhmann,
Antônio Balhmann, junto com o Arialdo Pinho de novo. ‘Nós precisamos daquela
contribuição de R$ 20 milhões. O negócio é assim: você paga os R$ 20 milhões, e
o Estado paga os R$ 110 milhões que você tem de crédito’. Eu me vi na situação,
que é melhor receber os R$ 110 milhões. Concordei em pagar a propina de R$ 20
milhões pra campanha de 2014 do governador Camilo, em que pese nunca estive com
o Camilo nessa oportunidade”, relatou.
Pagamento em notas fiscais falsas
Em outro trecho da delação,
Wesley Batista explica como pagou a propina. “Foram pagos R$ 9,8 milhões por
meio de notas fiscais falsas, que estão aí nos anexos, e foram pagos R$ 10,2
milhões por meio de doações oficiais a vários candidatos, inclusive pro
governador Camilo e pro PROS”, afirmou.
Deputado Quixadaense
O deputado Osmar Baquit foi um
dos beneficiados com a propina da JBS, de acordo com o Justiça Eleitoral o
então candidato Osmar Baquit teria recebido doações da empresa, o dinheiro para
campanha de Baquit foi através comitê do então candidato a governador Camilo
Santana, que segundo o delator a doação foi de propina.
Assista o vídeo em que o
empresário Wesley Batista relata sobre a propina paga a Cid Gomes.
Fonte: blog monolitospost
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