O Ministério Público Federal de
Curitiba (MPF), responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, pediu na
sexta (2) à noite ao juiz Sérgio Moro a condenação do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e de outros seis réus pelos crimes de corrupção passiva e ativa e
lavagem de dinheiro. O MPF quer que todos cumpram as respectivas penas em
regime fechado e que Moro determine a apreensão de R$ 87.624.971,26,
correspondente ao valor das propinas que teriam sido pagas nos contratos da OAS
com a Petrobras.
O pedido foi encaminhado à
Justiça Federal de Curitiba e faz parte das alegações finais do processo que
apura o suposto pagamento de propina por parte da OAS, envolvendo um apartamento
triplex no Guarujá, litoral paulista e que, segundo o MPF, seria entregue a
Lula, como contrapartida por contratos que a empreiteira fechou com a
Petrobras.
Do total estabelecido pelo MPF,
Lula teria recebido cerca de R$ 3 milhões, incluindo os valores do triplex e do
contrato entre a OAS e a transportadora Granero, responsável pela guarda de
parte do acervo que o ex-presidente recebeu ao deixar o cargo.
Outros réus
Também são réus no caso o
ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, os executivos da empresa Agenor Franklin
Medeiros, Paulo Gordilho, Fábio Yonamine e Roberto Ferreira, e o presidente do
Instituto Lula, Paulo Okamotto. Todos são acusados de lavagem de dinheiro e
corrupção ativa. A ex-primeira-dama Marisa Letícia teve o nome excluído da ação
após a sua morte, em fevereiro passado.
O MPF informou ainda que Léo
Pinheiro, Agenor Franklin e Paulo Gordilho devem ter as penas reduzidas pela
metade, “considerando que em seus interrogatórios não apenas confessaram ter
praticado os graves fatos criminosos…, como também espontaneamente optaram por
prestar esclarecimentos relevantes acerca da responsabilidade de coautores e
partícipes nos crimes, e tendo em vista, ainda, que forneceram provas
documentais… que não eram de conhecimento das autoridades”.
Conforme os procuradores que
fizeram o pedido, as defesas têm até 20 de junho para contestar os argumentos
do MPF. Depois da apresentação das alegações de todos os envolvidos, o processo
volta ao juiz Sérgio Moro, que vai definir se condena ou absolve os réus.
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