A Prefeita de Granja, Amanda
Arruda (PDT), através de decreto municipal expedido na quarta-feira (12),
anulou o processo seletivo que empregou, a partir do início deste ano, centenas
de servidores temporários na Prefeitura Municipal. No decreto ela diz que
resolveu agir assim em razão de uma recomendação do Ministério Público, que por
sua vez detectou graves irregularidades no processo seletivo. A denúncia teria
partido de candidatos que se sentiram lesados nos seus direitos.
Em sua decisão, o Promotor Rodrigo
Coelho deixa entendido que as contratações foram feitas como moeda de troca,
privilegiando aliados políticos da situação, prejudicando profissionais
realmente gabaritados. Além disso, a entrevista, segundo o MP, não foi feita de
forma idônea, transparente. Ao final da decisão, o MP deixa claro que, caso a
recomendação não fosse acatada, o órgão iria ajuizar ação contra a Prefeitura
de Granja.
A Prefeita de Granja não tinha
obrigação legal de acatar uma recomendação do MP. A Prefeita Amanda poderia ter
lutado pela permanência dos contratados, aguardando para provar na justiça que
o processo havia sido feito de forma legal. Tal atitude iria garantir o emprego
de todos até o final do processo legal.
Mas estranhamente ela não agiu
assim, não lutou pelos contratados, preferindo demitir todos, menos de 24 horas
depois da recomendação. Parecia algo "bem-vindo".
Com isso ela confessou, claro,
que contratou ilegalmente. Além disso, deixou subentendido que a recomendação
veio na hora certa para os interesses da Prefeitura Municipal, já que há vários
dias circulava na cidade a notícia de que o salário de julho dos contratados
não seria pago. Coincidência ou não, a demissão em massa, cuja ordem teria
partido de alguém acima da prefeita, e que vem para aliviar o cofre municipal,
surge justamente no mês em que a prefeitura terá que pagar quase meio milhão de
reais somente pelos cachês das atrações que se apresentarão no final de julho,
no festival junino da cidade. Isso sem incluir as demais despesas do evento.
Enquanto isso, centenas de Granjenses, que esperavam que a Prefeita de Granja
dissesse ao MP que suas contratações foram legais, foram abandonados, jogados
de volta ao drama do desemprego.
Fonte: Camocim online
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