sábado, 5 de agosto de 2017

PMDB só sai da disputa pelo governo do Ceará com Tasso candidato


Eunício Oliveira tenta manter aliança com Tasso para 2018 MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Se o governador Camilo Santana (PT) ainda evita antecipar debate eleitoral de 2018, oposição tomou as rédeas e já faz primeiros movimentos de olho na disputa no Ceará. Em conversas com aliados, o senador Eunício Oliveira (PMDB) já confirma que concorrerá novamente ao governo, admitindo sair do páreo apenas no caso de candidatura de Tasso Jereissati (PSDB).

A afirmação, ainda restrita aos bastidores, é novo sinal de movimento que tenta alçar Tasso – político visto hoje como o de maior potencial eleitoral entre opositores – a candidato. Como o tucano evita falar sobre o tema e prega renovação política no Estado, ele acabou se tornando foco de “disputa” entre pré-candidatos da oposição em busca de apoio.

Um deles é Capitão Wagner (PR), que tenta se aproximar de siglas como o PSDB e PSD para viabilizar sua candidatura. Ontem, o deputado se reuniu com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em evento com claros ares eleitorais. O tucano é pré-candidato a presidente da República. “O PSDB é um partido aliado, claro que vamos procurar para discutir projetos para o Estado”, disse Wagner ao O POVO.

Eunício Oliveira tenta manter aliança com Tasso para 2018 MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO
Rejeitando hipótese de deixar o PR, Wagner cobra apenas que a oposição antecipe para este ano o debate eleitoral de 2018. “Temos menos de um ano até a campanha. Não dá para deixar para escolher e trabalhar um candidato a 45 dias da eleição. Então tenho defendido que os partidos se sentem e comecem a discutir logo a chapa e programa que serão apresentados”.

Eunício e a oposição

A cobrança parece ter como alvo o próprio Eunício, que ainda segue tática de Camilo de “esconder o jogo”. “Eleição é só ano que vem. Esse ano o foco é trabalhar como presidente do Senado”, diz. Apesar da fala, ele destaca ter sido o “candidato mais votado no Ceará” em 2010 e enumera diversos projetos que tem articulado para o Estado como presidente do Senado.
  
Se Wagner busca o PSDB, o peemedebista tem costurado apoio sobretudo com o deputado federal Genecias Noronha (SD) e o presidente do TCM, Domingos Filho, que exerce influência sobre o PSD e o PMB no Ceará.

Desde aprovação de PEC extinguindo o TCM pela Assembleia cearense, Eunício tem “emprestado” sua base na Casa Legislativa para defesa da Corte. Além disso, ele tem ajudado Domingos nas articulações junto à Justiça para reverter a decisão.

É de autoria do senador ainda PEC já aprovada em 1º turno no Senado que proíbe a extinção de Tribunais de Contas nos Estados. Toda a ajuda, por óbvio, terá sua fatura cobrada na disputa pelo governo em 2018.
  
Saiba mais

Heitor Férrer é outro político de olho na “onda Tasso”. Ele, que migrou do PDT após filiação de Cid e Ciro Gomes, deve deixar o PSB após o cidista Odorico Monteiro assumir a sigla.

“O PSB ficou inviável para mim, porque o Odorico tem ligação muito estreita com os Ferreira Gomes. Já conversei com ele e fui franco. Não vou ficar na base do governo”.

Férrer não confirma para qual sigla irá, mas não descarta o PSDB. “Os partidos são pessoas, e aqui no Ceará o Tasso é maior que o PSDB, é um homem limpo”.
  

CARLOS MAZZA

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