segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Estado prepara plano para conter despesas


A sombra da crise econômica internacional chegou ao Ceará e levou o governador Cid Gomes (PSB) a reforçar medidas de contenção de gastos. Cid puxou pelo braço os secretários da área financeira do Estado – Eduardo Diogo, do Planejamento, e Mauro Filho, da Fazenda -e pediu que eles elaborassem plano que define onde o Executivo pode cortar despesas. Até a última quinta-feira, os três ainda não haviam se reencontrado para fechar questão sobre o plano. Entretanto, episódios recentes mostram que a orientação de fechar a torneira dos gastos já tem efeito na rotina do Executivo.
Na última edição do Governo Itinerante, em Missão Velha, dirigentes de órgãos e assessores tiveram de pegar ônibus até o município. Avião fretado, só para o governador e os secretários. A ideia do Governo é reduzir a cifra destinada a custeio da máquina pública, deixando os investimentos livres de contingenciamento. De acordo com o secretário Mauro Filho, não se trata de nenhum arrocho extra no caixa. Ele lembrou que, no início de 2011, Cid já havia determinado corte de R$ 500 milhões no orçamento anual do Estado, já prevendo os efeitos da crise. Agora, a ideia é ampliar os cuidados para garantir que aquele valor permaneça intocado. “Como já tinha secretário querendo se engraçar para comprar mais computadores, mais isso e aquilo, tivemos de reforçar (as medidas de contenção). Claro que é papel do secretário pedir, mas, infelizmente…”, explicou o titular da Fazenda.
O POVO solicitou detalhes sobre as novas metas do Governo, mas Mauro Filho disse que o tema só poderia ser tratado por Eduardo Diogo – que, por sua vez, não quis adiantar informações até que haja nova reunião com Cid. Apesar de as medidas já estarem sendo tomadas, secretários afirmam que não há traumas no processo. “Nas últimas semanas, não recebi nenhuma orientação diferente daquela do início do ano. Temos programas que não foram ampliados, apenas mantidos”, ilustrou o secretário de Esporte, Gony Arruda.
Na pasta do Turismo, o titular Bismarck Maia disse que um dos alvos do corte de gastos tem sido as viagens. Custos com passagem aérea, diárias, hospedagem e afins, só os que forem estritamente indispensáveis.
Além disso, cerca de 15% dos cargos que aguardam nomeação de pessoal continuarão, durante algum tempo, desocupados – mais um reflexo do aperto de cintos proposto por Cid.
Do O Povo