segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Presidente da Câmara de Saboeiro tem casa incendiada após denunciar corrupção



A casa do presidente da Câmara Municipal de Saboeiro (557Km de Fortaleza), vereador Manoel Ernani Pereira Júnior, foi alvo de um atentado neste fim de semana. Bandidos ainda não identificados atearam fogo na residência depois de jogar cerca de 10 litros de combustível. Por sorte, ninguém ficou ferido, mas o clima político na cidade é tenso.

Ainda durante o fim de semana, mas três locais foram alvos de atentados. As sedes da Prefeitura, da Câmara Municipal e a fazenda pertencente ao médico e deputado estadual Perboyre Diógenes.  Apesar da sequência de crimes, ninguém foi preso.

Os atentados registrados nas últimas 24 horas, dão sequência ao clima de tensão e violência em Saboeiro, onde o presidente da Câmara, Ernani Júnior, lidera junto aos demais vereadores um movimento com vistas ao afastamento definitivo da atual administração local, no caso, o prefeito de Saboeiro, José Gotardo Martins, e sua vice, Micheline Pinheiro de Carvalho.

Os desmandos e irregularidades na Prefeitura de Saboeiro levaram a Justiça a afastar, em julho último, oito servidores dos cargos diversos na Prefeitura, além do próprio prefeito. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual, que investiga um esquema milionário de corrupção na administração municipal. O rombo nos cofres públicos é estimado em R$ 5,4 milhões. A Justiça já bloqueou R$ 3,4 milhões em bens dos investigados.

Prefeito afastado

Com o afastamento de Gotardo Martins, a vice-prefeita assumiu o cargo. Contudo, o embate entre os componentes da Câmara Municipal, liderados por Ernani Júnior, e a vice-prefeita, continua. O coflito tem deixado a população em um clima de medo. Para piorar a situação, os servidores estariam com atrasos no pagamento de seus salários há cerca de cinco meses.

O esquema de corrupção investigado pelo MPE em Saboeiro, representado pelo promotor de Justiça Herbert Gonçalves, diz respeito a pagamentos de “mensalinhos” a servidores envolvidos no esquema criminoso, além da emissão de vales de combustíveis para amigos e familiares dos suspeitos.

Ainda segundo o promotor, há também a suspeita de emissão de vales de abastecimento de veículos da Prefeitura e depois sacá-los em dinheiro, configurando, conforme o MPE, crimes de falsidade documental, peculato, associação criminosa e usurpação de função pública.


Batizada de “Operação Avalanche”, a investigação já teve duas fases e nesta última, em julho, foi decretada a prisão do filho do então prefeito