A casa do presidente da Câmara
Municipal de Saboeiro (557Km de Fortaleza), vereador Manoel Ernani Pereira
Júnior, foi alvo de um atentado neste fim de semana. Bandidos ainda não
identificados atearam fogo na residência depois de jogar cerca de 10 litros de
combustível. Por sorte, ninguém ficou ferido, mas o clima político na cidade é
tenso.
Ainda durante o fim de semana,
mas três locais foram alvos de atentados. As sedes da Prefeitura, da Câmara
Municipal e a fazenda pertencente ao médico e deputado estadual Perboyre
Diógenes. Apesar da sequência de crimes,
ninguém foi preso.
Os atentados registrados nas
últimas 24 horas, dão sequência ao clima de tensão e violência em Saboeiro,
onde o presidente da Câmara, Ernani Júnior, lidera junto aos demais vereadores
um movimento com vistas ao afastamento definitivo da atual administração local,
no caso, o prefeito de Saboeiro, José Gotardo Martins, e sua vice, Micheline
Pinheiro de Carvalho.
Os desmandos e irregularidades na
Prefeitura de Saboeiro levaram a Justiça a afastar, em julho último, oito
servidores dos cargos diversos na Prefeitura, além do próprio prefeito. O
pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual, que investiga um esquema
milionário de corrupção na administração municipal. O rombo nos cofres públicos
é estimado em R$ 5,4 milhões. A Justiça já bloqueou R$ 3,4 milhões em bens dos
investigados.
Prefeito afastado
Com o afastamento de Gotardo
Martins, a vice-prefeita assumiu o cargo. Contudo, o embate entre os
componentes da Câmara Municipal, liderados por Ernani Júnior, e a
vice-prefeita, continua. O coflito tem deixado a população em um clima de medo.
Para piorar a situação, os servidores estariam com atrasos no pagamento de seus
salários há cerca de cinco meses.
O esquema de corrupção
investigado pelo MPE em Saboeiro, representado pelo promotor de Justiça Herbert
Gonçalves, diz respeito a pagamentos de “mensalinhos” a servidores envolvidos
no esquema criminoso, além da emissão de vales de combustíveis para amigos e
familiares dos suspeitos.
Ainda segundo o promotor, há
também a suspeita de emissão de vales de abastecimento de veículos da
Prefeitura e depois sacá-los em dinheiro, configurando, conforme o MPE, crimes
de falsidade documental, peculato, associação criminosa e usurpação de função
pública.
Batizada de “Operação Avalanche”,
a investigação já teve duas fases e nesta última, em julho, foi decretada a
prisão do filho do então prefeito