Sentado na cadeira de vice-governador e hoje na condição de pré-candidato ao Governo do Estado, Domingos Filho adotou o estilo mineiro de fazer política e incorporou a paciência e o xadrez como traços da trajetória construída para se eleger, em 1994, para o primeiro mandato de deputado estadual e sonhar, em 2014, com o ápice da vida pública do Ceará: o cargo de governador.
A caminhada não é fácil, tem idas e vindas, mas, ao mesmo tempo, revela um Domingos Filho sem ansiedade, sem expor pressa e sem fazer articulações direcionadas a atropelar eventuais adversários ou desafetos. As características descritas não o impedem, porém, de fazer política 24 horas, conversar com os mais próximos e os mais distantes.
Uma das decisões mais importantes a serem adotadas tem data marcada: 5 de outubro – limite para troca de partido de quem quer concorrer a um mandato eletivo em 2014. Domingos confessa que não gostaria de sair do PMDB . ‘’É a minha história política. É a minha história na vida pública’’, repete, sem se aprofundar no destino partidário. O caminho pode ser o PSD ou PSB .
Domingos não fala, opta pelo silêncio e pelos bastidores da política. O desligamento do PMDB é o único caminho para sonhar em ser candidato a Governador. Com um ano de antecedência das convenções partidárias de 2014, o PMDB tem candidato à sucessão do Governador Cid Gomes (PSB ): o senador Eunício Oliveira, como mostrou reportagem da última edição do Jornal Grande Porto.
O conflito de projetos não impediu, nem impede o diálogo entre Eunício e Domingos. ‘’Somos homens de partido e não inimigos políticos’’, observa. Domingos aceitou, em 2010, o convite para compor, como candidato a vice-governador, a chapa com o governador Cid Gomes.
Os dois se aproximaram ainda em tempos de Assembleia Legislativa e fortaleceram os laços de convivência na política em meados da década passada quando Cid Gomes ensaiava os passos para sair candidato ao Governo Estadual. Domingos foi um dos primeiros a embarcar no projeto e, em 2006, viu o sobralense conquistar a vitória nas eleições contra o então governador Lúcio Alcântara, que concorria à reeleição por um PSDB dividido.
A vitória de Cid Gomes teve retribuição: Domingos foi escolhido, em dois mandatos consecutivos, presidente da Assembleia Legislativa. Comandou o Legislativo Estadual nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010. Em 2011, assumiu a vice-governadoria e tem cumprido papel importante na articulação política do Governo do Estado. Agora, trabalha para conquistar o apoio do Governador Cid Gomes para sucedê-lo no Palácio Iracema. São duas opções partidárias: PSB ou PSD .
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