sábado, 21 de março de 2015

Grupo é preso por aplicar golpe do poço profundo



Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no golpe do poço profundo, no município de Jaguaribe, a 291 quilômetros de Fortaleza. Segundo a Polícia, a quadrilha se aproveitou da escassez de chuva e enganou mais de 40 pessoas, a maioria agricultores, lucrando mais de R$ 30 mil com a ação criminosa, em menos de duas semanas. 
De acordo com informações da plantonista da Delegacia Regional de Jaguaribe, delegada Mary Cavalcante, a Polícia recebeu denúncias de pessoas que foram vítimas do golpe. “A gente recebeu a denúncia de que quatro pessoas estariam cobrando R$ 800 para fazer a escavação de poços profundos em Jaguaribe” explicou.  
A Polícia foi até o local e abordou os quatro quando realizavam a marcação dos poços. Ainda segundo a delegada, após a constatação do golpe e prisão dos suspeitos, os policiais foram até a pousada onde o grupo estava hospedado há dois dias.  
No local foram apreendidos R$ 10 mil em espécie (que seriam de vítimas), um automóvel, anotações e documentos que comprovariam o crime. “Eles entregavam aos agricultores um recibo e demarcavam o local onde seria construído o poço. Eles enganavam dizendo que a obra seria feita pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Mas, o Dnocs não pode cobrar pelo benefício”, comenta.  
As vítimas pagavam um valor que variava entre R$ 800 a R$ 1.200, dependendo do poço e do local. Segundo o tenente PM Rivelino Veiga, um poço em Jaguaribe custa em média R$ 20 mil. Durante o depoimento, a quadrilha relatou que 41 pessoas pagaram para ter os poços profundos. Segundo a Polícia, um dos presos seria funcionário do Dnocs e trabalhava marcando os locais de poços profundos.  
De acordo com o escrivão Alexandre Meireles foram detidos Francisco Marques de Sousa, 53, Francisca Eloisa Antunes Pereira, 45, Antônio Wilson Ferreira da Silva, 69, e José Maria Silva Valente, 57. Os suspeitos foram autuados em flagrante por estelionato, formação de quadrilha e corrupção, sendo o último crime apenas para Francisco Marques, por utilizar um cargo público para aplicar golpes. 
“O funcionário disse que apenas fazia a marcação, mas que não sabia como esses poços seriam feitos. Isso ocorria desde a semana passada, mas só chegou ao nosso conhecimento hoje, quando eles chegavam a um sítio em Jaguaribe para fazer mais uma marcação do local”, explicou a delegada plantonista de Jaguaribe.
Jéssika Sisnando
jessikasisnando@opovo.com.br

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