sexta-feira, 27 de maio de 2011

230 mil alunos de férias forçadas

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A criançada troca livros por brincadeiras nas ruas de Fortaleza. Os pais estão insatisfeitos
A preocupação maior dos pais é com relação à aprendizagem dos filhos que está prejudicada com a falta de aulas
Em torno de 230 mil crianças da rede municipal de ensino, que deveriam estar em sala de aula estudando, passam o dia nas ruas brincando enquanto aguardam o desfecho da greve dos professores. Após um mês de paralisação, completado ontem, segue o impasse entre categoria e Prefeitura de Fortaleza. A demora para resolver a situação está deixando pais de alunos aflitos.

A preocupação maior é com o rendimento de seus filhos que, segundo afirmam, estão sem aprender nada. Já os pequeninos estão divididos. Alguns até estão gostando das férias forçadas, pois não têm que acordar cedo para ir à aula e ainda podem passar o dia brincando. Outros reclamam que a greve está muito demorada e que sentem falta das aulas.

Sem cerimônias, Davi Lima, 11, que estuda na Escola de Ensino Infantil e Fundamental Paulo Sarasate, no Demócrito Rocha, disse que não acha ruim quando os professores estão em greve, só quando eles demoram muito. "A gente sente falta de escrever e ficar ouvindo a professora", justifica o menino.

Sua mãe, Socorro de Lima, 35, que está desempregada, não entende direito o que os professores reivindicam, mas se mostra preocupada. "Dizem que é aumento de dinheiro. Será que vai demorar muito essa greve? Os meninos têm que aprender alguma coisa e a gente não pode pagar escola particular".

A dona de casa Francisca Leide de Matos, 49, passeava ontem, em plena 10h, pelas ruas do bairro Demócrito Rocha com os dois filhos, dois netos e mais três coleguinhas deles. Por causa da greve, ela diz que as crianças estão todas em casa. Para evitar que eles fiquem nas ruas, ela os leva para o projeto "Mais Educação", realizado por voluntários na própria escola que eles deveriam estar estudando.

Tâmara Pessoa da Silva, 10, confessa que não sabe o que teria motivado os professores a fazer greve, mas se queixa que sente falta dos amigos.

No bairro Panamericano, a situação se repete. Muita insatisfação dos pais de alunos e muitas brincadeiras nas ruas. Wallyson da Silva, 11, relata que não chegou nem a assistir aula, pois quando chegou na Escola Municipal de Ensino Fundamental Cons. José Batista de Oliveira, no primeiro dia de aula, foi logo avisado da greve.

Reivindicações
Gardênia Baima, da direção colegiada do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) garante que a categoria volta às atividades assim que acontecer a negociação com a prefeitura.

Na próxima terça-feira será realizada Assembleia Geral e, até lá, Gardênia diz que os professores apostam nas negociações. A categoria reivindica que o piso seja de R$ 1.597,87, proposto pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).

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